sexta-feira, 25 de maio de 2012

Recreio de boa memória...


Recreio de Boa Memória

Rememorando Recreio

José Luiz Oliveira Silva




Recreense de identidade e coração para quem não se lembra mais sou sobrinho do Altamiro, do Filete e da Nair Marques. Vivi em Recreio de 1949 a 1970, e este artigo tem a finalidade de rememorar as histórias de Recreio e comparar com a vida atual, onde há muita diferença no modo de viver:

·        As horas em que os trens chegavam de Carangola, Três Rios ou Ubá, eram 17,53 horas e contavam na parte diária do maquinista, e eu ajudava meu saudoso pai Sebastião Pereira da Silva a fazer;

·        Das pingas que os recreenses tomavam no bar do Parode para desinibir e enfrentar os bailes de carnaval  ou bailes de gala na Associação Comercial. Tudo isto porque não tinham dinheiro para tomar cerveja a noite toda;

·        Das contas que os ferroviários tinham na venda do Arcelino, do Jarbinha e do José Andrade. Eram feitas em caderneta mensal, em que se comprava os gêneros alimentícios básicos. Podia, também, ser no SAPS , depois COBAL e depois acabou;

·        Dos padeiros da padaria do Sebastião Quitandinha, que passavam com sua cesta de pão às 6 horas da manhã, entregando o pão em uma grande cesta de bambu, usando uma bicicleta  para transporte;

·        Da fazenda do Sr. João Guilherme onde íamos tomar banho de ribeirão, para refrescar do calor recreense aos domingos à tarde;

·        E quem não se lembra do Jardim de Recreio, onde nas noites de sábado e domingo os jovens iam passear indo até perto do Cine Recreio pela rua aonde os rapazes  iam num sentido e as moças em outro;

·        Das missas dominicais rezadas pelo Padre Higino, Celso, Juarez, Mauro e Élcio, aonde a turma de jovens ia às 7 horas da manhã, e na hora do sermão saiam para bater papo e depois voltavam para a igreja;

·        Da banda do Sr. Milagres que tocava em procissões e ocasiões festivas;

·        E do carnaval que tinha na Associação e no Flor da Mocidade, onde se disputava quem faria o melhor carnaval;

·        E do time do Recreio e do Ideal, sempre aos domingos à tarde. Era o lazer de ver uma partida de futebol, porque os times eram bons. Nunca mais se formou uma equipe com craques do naipe do Jurinha, o maior craque de todos os tempos entre muitos outros como o Zezé e o Vinícius;

·        Quem não se lembra também do Dr. Darcy, Rafael e Ibraim que naquele tempo eram especialistas em generalidades, por necessidade. Mas também é de mencionar que as parteiras como a dona Aracy Ribeiro que assumia um papel importante nos partos das senhoras de Recreio;

·        Dos vendedores de frango que passavam com um varal de frangos da roça ou uma cesta de ovos caipira, e as donas de casa compravam e comiam com quiabo ou batata. Que delícia, sem química e que está difícil voltar atrás.

Tudo isso relembro com saudades e comparo com os tempos atuais em que as coisas se evoluíram, mas não se tem a tranquilidade daquela época.

Tudo acaba, tudo muda, mas relembro com saudades.

( extraído de MAR DE MORROS,Nº 54, janeiro/2004 )

ATENÇÃO : Assine Mar de Morros, fanzine criado por Anibal W. de Freitas : 32-3211-8473 mardemorros@bol.com.br
( OJR,M 31.05.2012 P 4 )

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