Recreio de Boa
Memória
Rememorando Recreio
José Luiz Oliveira Silva
Recreense
de identidade e coração para quem não se lembra mais sou sobrinho do Altamiro,
do Filete
e da Nair
Marques. Vivi em Recreio de 1949 a 1970, e este artigo tem a finalidade
de rememorar as histórias de Recreio e comparar com a vida atual, onde há muita
diferença no modo de viver:
·
As horas em que
os trens chegavam de Carangola, Três Rios ou Ubá, eram 17,53 horas e contavam
na parte diária do maquinista, e eu ajudava meu saudoso pai Sebastião Pereira
da Silva a fazer;
·
Das pingas que os
recreenses tomavam no bar do Parode para desinibir e enfrentar os
bailes de carnaval ou bailes de gala na
Associação Comercial. Tudo isto porque não tinham dinheiro para tomar cerveja a
noite toda;
·
Das contas que os
ferroviários tinham na venda do Arcelino, do Jarbinha e do José
Andrade. Eram feitas em caderneta mensal, em que se comprava os gêneros
alimentícios básicos. Podia, também, ser no SAPS , depois COBAL e depois
acabou;
·
Dos padeiros da
padaria do Sebastião Quitandinha, que passavam com sua cesta de pão às 6
horas da manhã, entregando o pão em uma grande cesta de bambu, usando uma
bicicleta para transporte;
·
Da fazenda do Sr.
João
Guilherme onde íamos tomar banho de ribeirão, para refrescar do calor
recreense aos domingos à tarde;
·
E quem não se
lembra do Jardim de Recreio, onde nas noites de sábado e domingo os jovens iam
passear indo até perto do Cine Recreio pela rua aonde os rapazes iam num sentido e as moças em outro;
·
Das missas
dominicais rezadas pelo Padre Higino, Celso, Juarez, Mauro
e Élcio, aonde a turma de jovens ia às 7 horas da manhã, e na
hora do sermão saiam para bater papo e depois voltavam para a igreja;
·
Da banda do Sr.
Milagres que tocava em procissões e ocasiões festivas;
·
E do carnaval que
tinha na Associação e no Flor da Mocidade, onde se disputava quem faria o
melhor carnaval;
·
E do time do
Recreio e do Ideal, sempre aos domingos à tarde. Era o lazer de ver uma partida
de futebol, porque os times eram bons. Nunca mais se formou uma equipe com
craques do naipe do Jurinha, o maior craque de todos os tempos entre muitos outros
como o Zezé e o Vinícius;
·
Quem não se lembra
também do Dr. Darcy, Rafael e Ibraim que naquele tempo eram especialistas em
generalidades, por necessidade. Mas também é de mencionar que as parteiras como
a dona Aracy Ribeiro que assumia um papel importante nos partos das
senhoras de Recreio;
·
Dos vendedores de
frango que passavam com um varal de frangos da roça ou uma cesta de ovos
caipira, e as donas de casa compravam e comiam com quiabo ou batata. Que
delícia, sem química e que está difícil voltar atrás.
Tudo
isso relembro com saudades e comparo com os tempos atuais em que as coisas se evoluíram,
mas não se tem a tranquilidade daquela época.
Tudo
acaba, tudo muda, mas relembro com saudades.
( extraído de MAR DE MORROS,Nº 54, janeiro/2004 )
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Morros, fanzine criado por Anibal W.
de Freitas : 32-3211-8473 mardemorros@bol.com.br
( OJR,M 31.05.2012 P 4 )
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