domingo, 19 de agosto de 2012

EDITORIAL - OJR,M , julho/2012 p 2


Atingidos pelas BARRAGENS



No dia 30 de julho/2012 entre 18 e 22 horas,  aconteceu uma reunião na APAE  em nossa cidade com o objetivo de criar uma Associação de defesa dos direitos dos Atingidos pelas águas da Barragem da UHE Braúna.

                 Infelizmente  os responsáveis diretos por iniciativa desta natureza de Defesa de Direitos dos que perdem se contracenam com o direito de outros (com mais recursos financeiros e com mais apoio dos líderes políticos ) e não encontram, assim, o apoio necessário e suficiente para realizar a ideia  de ter o seu órgão direto  de defesa e de reclamação de seus interesse lesados, tendo ainda que carregar a ideia de medo que fatalmente passa a configurar no contexto da demanda.

                Há ainda o fato já comprovado em experiências anteriores de situações como essa , aplicada pelos realizadores desse aparente sonho  dourado de que a realização de certos empreendimentos como o  de  uma Usina Hidrelétrica trazem mais benefícios e que realmente preenchem o tão sonhado  desejo de empregos e de progresso para o lugar onde será instalada a Barragem. Mesmo sendo apenas empregos temporários e progresso passageiro  durante a construção da Barragem, a mídia que se cria é mais forte do que a fala daqueles que tentam provar, sem o apoio da mídia (pois não tem dinheiro e nem união ) de embargar já de início o projeto , não aceitando nenhuma proposta de contrato aparentemente milionário . Mas infelizmente todos aqueles mesmo sendo em maioria, desprovidos de mais informações ou até mesmo de recursos materiais e com nenhuma educação sobre o que é sustentabilidade e valorização do ecossistema , se deixam levar pela glamour do momento e  iludidos acham que seja uma solução, e vendem seu patrimônio por um preço a princípio tentador e com certas vantagens que não chegam a ser realizadas depois de consumada a sua adesão.

                Infelizmente, mesmo com diversos artigos, reportagens da grande e pequena imprensa, internet e ainda movimentos  de passeatas , debates, reuniões  comunitárias e outros encontros e atos públics de repúdio a ideia, no início , a realização da obra, o produto-objetivo é erguido mesmo ainda com muitos documentos legais e realização de fatos de revitalização da natureza ainda  pendentes . Não se sabe como, com um jeitinho aqui e outro jeitinho ali, uma minoria vence uma maioria.

                Espera-se que numa próxima oportunidade,  quando se falar em construção dessa ou daquela obra, seja barragem, USINA HIDRELÉTRICA ou outra dessas temeridades haja mais consenso e união entre os que terão que sair de seus lugares e de seus princípios e que se prevaleça  a ideia de que não vale a pena e nem se justifica que se passe por bobo uma grande maioria de pessoas , acreditando naquilo que não se pode oferecer e que não se pode cumprir e ainda não aceitar como os próprios maiores interessado nos frutos da semente plantada não se sirva dos outros meios alternativos que já existem para encontrar  o tão necessário produto.

Marco Antônio W. de Freitas

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