sábado, 31 de março de 2012

Recreio de boa memória


Foto de Casamento de Antônio Coutinho de Oliveira e Luzia Maria Coutinho. Antônio Coutinho, desde a fundação da ERUS, participou da Escola, e todo ano guardava a camisa que usava durante o desfile. Quando morreu, foi enterrado, conforme seu pedido, com todas as camisas, colocadas enroladas em volta de seu corpo, circulando todo o esquife.



 Recreio de Boa Memória(*)

ERUS : A ALEGRIA DO CARNAVAL DE RUA

       Em agosto de 1978, a revista Complemento (O JORNAL DE RECREIO,Minas) , em sua edição histórica falando sobre as manifestações musicais de  nosso município, comentou sobre a fundação da Erus e publicou uma entrevista com Antônio Coutinho, que na ocasião era o Presidente da Escola. Na edição de OJR,M (Fev.2012 ) publicamos o artigo E A ESCOLA APARECEU dando início a essa nossa coluna que fala sobre nossa gente e nossa história. Vamos a entrevista com Antônio Coutinho de Oliveira e relembrar um pouco sobre os criadores da Escola de Ritmos Unidos do Samba que este ano comemora seus 50 ANOS de fundação.

ENTREVISTA COM ANTÔNIO COUTINHO

OJR,M – Fale sobre os primeiros diretores.

COUTINHO O primeiro presidente foi o Black Out. O desfile teve início na casa do mesmo, com uma bateria composta de seis tamborins, quatro taróis, surdão,  chocalhos e agogôs, reco-reco.

            Um dos fundadores que muito se destacou foi o Dilson, já falecido.

            O primeiro diretor de harmonia foi o Paulinho, que não só se destacou no início como é atualmente o diretor de harmonia. Nesta época, o Black Out além de presidente era o diretor  de bateria.

O JR,M  - Quando você começou a dirigir a escola?

COUTINHO - Em 1975 substituindo o José Rosa que havia mudado para o Rio de Janeiro. O José Rosa havia entrado no lugar do Paulinho.

OJR,M - Onde eram realizados os ensaios?

COUTINHO - A escola nasceu na casa do Black Out. Já ensaiamos por muito tempo na sede do Clube Flor da Mocidade. Atualmente o nosso lugar de ensaio é o Colégio João XXIII

OJR,M - Fale sobre os sambas da ERUS.

Os sambas que a escola já levou são de autoria dos componentes da escola. Já desfilamos com sambas do Paulinho, do Nena , do Jorge Lau.

OJR,M – E a presença feminina na escola?

COUTINHO - A escola de samba desde a sua fundação conta com o apoio feminino. Não um apoio superior ao de hoje. Dentre as primeiras podemos destacar  Elza Helena, e sua irmã Eli, a Ena. Essas foram as que se destacaram mas houve a presença de outras que muito ajudaram a escola a evoluir, como também incentivaram os sambistas da época como Tereza Lau, Luzia.

OJR,M - Na sua opinião, de que depende o progresso da escola de samba?

COUTINHO - Depende fundamentalmente  de capital. Por outro lado precisa de um aperfeiçoamento completo de seus componentes.

OJR,M - O que dá vida à escola?

COUTINHO - A boa vontade da turma. Por exemplo, ainda desfilam alguns dos antigos. Vou citar alguns :  o Paulinho, Jorge Lau, Nena, inclusive eu. O Paulinho, mesmo residindo no Rio, todo carnaval ele participa. Ele vem do Rio aqui para apoiar a escola e fazer o carnaval.

OJR,M –As melhores apresentações.

COUTINHO A ERUS procura todo ano fazer um ótimo carnaval de rua. Mas pessoalmente eu gostei muito do carnaval de 77 e deste ano, com as figuras femininas que mais se destacaram Diva, Ena e Eli.

OJR,M – Qual a repercussão da Escola na região?

COUTINHO - Os visitantes gostam muito da nossa escola,

Já tivemos vários convites para apresentar em outras cidades, como de Leopoldina e de Muriaé, mas infelizmente não temos condições financeiras , Isso aconteceu nos dois primeiros anos de escola quando tivemos o nosso melhor porta-estandarte: José Lau (o Zeca ).

OJR,M – O que você considera de destaque na ERUS?

COUTINHO – Já tivemos bons enredos. Recordo do samba de carnaval deste ano que teve um grande número de admiradores. Cobra Criada, de Vicente de Paula da Costa ( o Paulinho) .

Os melhores  passistas...Podemos destacar Manoel do Rock e Manoel da Mariquita. Porta-estandarte citaria o Dimas , depois do Zeca.

OJR,M – O que você pediria para a Ecsola?

Bem, eu apenas desejaria que todos os participantes se apegassem ao samba com mais afinco para que possamos continuar melhorando.

Entrevista feita por José Evaristo Santoro Filho
(*)Recreio de Boa Memória – projeto/programa criado por MAWF , na Campanha década de 1990 pela ARPC-Rádio Comunitária 106,5










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