Foto
de Casamento de
Antônio Coutinho de Oliveira e Luzia Maria Coutinho. Antônio Coutinho, desde a
fundação da ERUS, participou da Escola, e todo ano guardava a camisa que usava
durante o desfile. Quando morreu, foi enterrado, conforme seu pedido, com todas
as camisas, colocadas enroladas em volta de seu corpo, circulando todo o
esquife.
ERUS : A
ALEGRIA DO CARNAVAL DE RUA
Em agosto de 1978, a revista
Complemento (O JORNAL DE RECREIO,Minas) , em sua edição histórica falando sobre
as manifestações musicais de nosso
município, comentou sobre a fundação da Erus
e publicou uma entrevista com Antônio Coutinho, que na ocasião era
o Presidente da Escola. Na edição de OJR,M
(Fev.2012 ) publicamos o artigo E A
ESCOLA APARECEU dando início a essa nossa coluna que fala sobre nossa gente
e nossa história. Vamos a entrevista com Antônio Coutinho de Oliveira e
relembrar um pouco sobre os criadores da Escola
de Ritmos Unidos do Samba que este ano comemora seus 50 ANOS de fundação.
ENTREVISTA COM
ANTÔNIO COUTINHO
OJR,M – Fale sobre os primeiros diretores.
COUTINHO – O
primeiro presidente foi o Black Out. O desfile teve início na
casa do mesmo, com uma bateria composta de seis tamborins, quatro taróis,
surdão, chocalhos e agogôs, reco-reco.
Um dos fundadores que muito se destacou foi o Dilson,
já falecido.
O primeiro diretor de harmonia foi o Paulinho, que não só se
destacou no início como é atualmente o diretor de harmonia. Nesta época, o Black
Out além de presidente era o diretor
de bateria.
O JR,M - Quando
você começou a dirigir a escola?
COUTINHO
- Em 1975 substituindo o José Rosa que havia mudado para o
Rio de Janeiro. O José Rosa havia entrado no lugar do Paulinho.
OJR,M
- Onde eram realizados os ensaios?
COUTINHO
- A escola nasceu na casa do Black Out. Já ensaiamos por muito
tempo na sede do Clube Flor da Mocidade.
Atualmente o nosso lugar de ensaio é o Colégio
João XXIII
OJR,M
- Fale sobre os sambas da ERUS.
Os sambas que a escola já
levou são de autoria dos componentes da escola. Já desfilamos com sambas do Paulinho,
do Nena
, do Jorge Lau.
OJR,M
– E a presença feminina na escola?
COUTINHO
- A escola de samba desde a sua fundação conta com o apoio feminino. Não um
apoio superior ao de hoje. Dentre as primeiras podemos destacar Elza Helena, e sua irmã Eli, a Ena. Essas
foram as que se destacaram mas houve a presença de outras que muito ajudaram a
escola a evoluir, como também incentivaram os sambistas da época como Tereza
Lau, Luzia.
OJR,M
- Na sua opinião, de que depende o
progresso da escola de samba?
COUTINHO - Depende fundamentalmente de capital.
Por outro lado precisa de um aperfeiçoamento completo de seus componentes.
OJR,M
- O que dá vida à escola?
COUTINHO
- A boa vontade da turma. Por exemplo, ainda desfilam alguns dos antigos. Vou
citar alguns : o Paulinho, Jorge Lau,
Nena, inclusive eu. O Paulinho, mesmo residindo no Rio, todo carnaval ele
participa. Ele vem do Rio aqui para apoiar a escola e fazer o carnaval.
OJR,M –As melhores apresentações.
COUTINHO –
A ERUS procura todo ano fazer um ótimo carnaval de rua. Mas pessoalmente eu
gostei muito do carnaval de 77 e deste ano, com as figuras femininas que mais
se destacaram Diva, Ena e Eli.
OJR,M – Qual a repercussão da Escola na região?
COUTINHO - Os visitantes gostam muito da nossa escola,
Já tivemos vários convites
para apresentar em outras cidades, como de Leopoldina e de Muriaé, mas
infelizmente não temos condições financeiras , Isso aconteceu nos dois
primeiros anos de escola quando tivemos o nosso melhor porta-estandarte: José
Lau (o Zeca ).
OJR,M
– O que você considera de destaque na ERUS?
COUTINHO – Já tivemos bons enredos. Recordo do samba de carnaval deste ano que
teve um grande número de admiradores. Cobra
Criada, de Vicente de Paula da Costa ( o Paulinho) .
Os melhores passistas...Podemos destacar Manoel do Rock e
Manoel da Mariquita. Porta-estandarte citaria o Dimas , depois do Zeca.
OJR,M
– O que você pediria para a Ecsola?
Bem, eu apenas desejaria que
todos os participantes se apegassem ao samba com mais afinco para que possamos
continuar melhorando.
Entrevista feita por José Evaristo Santoro Filho
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